Causas da ansiedade: qual a origem desse problema?

Isabelle C.
8 min de leitura
Mulher com postura corporal de ansiosa

Ansiedade é uma preocupação excessiva difícil de controlar. Essa preocupação ocorre em diversos momentos do dia quando a pessoa está fazendo suas atividades rotineiras e é muito prejudicial à saúde.

Muitas são as causas da ansiedade. Abaixo você encontra uma explicação das principais causas desse problema:

Intolerância à incerteza

Os ansiosos não conseguem suportar o fato de não terem controle sobre várias situações da sua vida. Por não tolerarem a incerteza, evitam situações ambíguas; entretanto, como a vida é repleta de situações incertas, os indivíduos passam a maior parte do tempo preocupados e vigilantes. E ao ficarem nesse estado a ansiedade aumenta.

A intolerância à incerteza faz as pessoas se tornarem mais vigilantes com o objetivo de minimizar a probabilidade de que situações inesperadas aconteçam. O sujeito com ansiedade exige certeza em tudo e acredita que não saberá lidar com situações problemáticas que aparecerem para ele.

Intolerância à incerteza faz os ansiosos interpretarem situações incertas como algo negativo, estressante e até perigoso. Esses indivíduos consideram terrível não terem controle sobre o que vai acontecer e isso impede que eles vivam confortavelmente.

Tentativa de controlar tudo

Para não sentirem aquela sensação desagradável da incerteza, os indivíduos com ansiedade possuem a necessidade de prever tudo que pode acontecer para estarem preparados antes que aconteçam. Ou seja, passam a se preocupar com várias questões para evitar algo que consideram catastrófico. Muitas vezes eles acreditam que a preocupação pode diminuir a probabilidade de eventos ruins acontecerem ou que ela ajuda a encontrar uma maneira de fazer as coisas.

Os ansiosos não confiam nas suas habilidades de lidar com as questões futuras, caso algo ruim aconteça. Algumas vezes se sentem até vulneráveis e costumam apresentar esses tipos de pensamento:

  • “Preocupar-me com o futuro significa que posso evitar que coisas ruins aconteçam”
  • “Se eu me preocupar, posso me preparar melhor”
  • “A preocupação ajuda a encontrar soluções para os problemas”

Por conta de pensamentos assim, o sujeito com ansiedade passa a ficar super focado nos seus pensamentos. É como se ele se desligasse do mundo real e ficasse só buscando soluções de problemas dentro da sua cabeça para controlar as situações da sua vida.

Para exemplificar essa tentativa de controlar tudo, vamos imaginar um exemplo: um homem chamado Bruno trabalha como advogado em uma grande empresa. Ele é extremamente ansioso e passa várias horas por dia se preocupando com seu trabalho e suas finanças. Bruno tem medo de perder o emprego e, por isso, tenta controlar tudo para evitar que esse medo se concretize.

Mas ao tentar controlar tudo e se preocupar em excesso, Bruno acaba entrando em uma armadilha chamada Ciclo de Manutenção da Ansiedade. Veja como funciona:

Ciclo de manutenção da ansiedade de Bruno

Ansiedade social e perfeccionismo

Ansiosos acreditam que serão julgados negativamente pelas outras pessoas, reduzindo sua confiança e autoestima.

Antes da interações sociais, eles costumam planejar o que falar e como agir. E durante a interação, passam a tentar ser perfeitos e não demonstrar seu nervosismo.

Invés de prestar atenção na conversa, a pessoa ansiosa fica verificando se tudo está indo bem. Ela acredita que é a única no mundo que se sente nervosa, como se as outras pessoas não passassem por situações assim. Portanto, para não parecer inferior aos outros, ela foca toda sua atenção em disfarçar o nervosismo.

Mas isso acaba gerando ansiedade e o corpo começa a dar certos sinais: o rosto fica vermelho, o suor começa a escorrer, as mãos tremem. E então surge um pensamento do tipo: “E se notarem que estou nervoso?”

A consequência disso é que a pessoa fica ainda mais nervosa, gasta ainda mais energia em tentar disfarçar o nervosismo e as reações físicas no corpo só aumentam. A consequência disso tudo é que a ansiedade chega a um nível tão elevado que a pessoa prefere deixar de falar, se isolando e não interagindo socialmente.

Antes o indivíduo queria usar o perfeccionismo como estratégia para não se sentir ansioso e controlar a situação. E agora percebe que é justamente esse perfeccionismo que aumenta sua ansiedade.

Pessoas com ansiedade social costumam se sentir desconfortáveis para sair de casa, ter amigos, namorar e fazer apresentações na escola ou no trabalho.

Ansiedade surge para esconder outra sensação ruim

A preocupação também pode servir para distrair de tópicos ainda mais ansiogênicos, ou seja, a pessoa fica focada na preocupação para não pensar em outros assuntos angustiantes da vida. Essas outras emoções, chamadas de emoções primárias, estão sendo evitadas a todo custo. A pessoa faz de tudo para mudar as emoções primárias de forma desesperada; e a ansiedade surge justamente para distrair a pessoa desse problema inicial, mantendo-o fora da mente.

As emoções primárias podem estar ligadas a qualquer tipo de assunto. Pense no Bruno de novo. Imagine que que ele é casado com uma mulher chamada Laura. Um certo dia, quando Bruno está fazendo uma sessão de terapia e relatando seu medo de ser demitido do serviço, seu psicólogo pergunta: “Se você perder o emprego, o que de pior pode acontecer?”.

Bruno responde dizendo que ficar sem dinheiro é angustiante, mas o pior de tudo é o fato de que ele tem medo de ser abandonado pela esposa, caso fique desempregado. Bruno tinha ansiedade social e, portanto, não conseguia interagir bem com qualquer pessoa, ainda mais com mulheres. Ele acreditava que nunca mais conseguiria se aproximar de outra mulher depois do divórcio e que ficaria sozinho para sempre.

Por acreditar que ela jamais ficaria com um desempregado, Bruno começou a desenvolver uma obsessão por controlar tudo relacionado ao seu trabalho. Ou seja, a preocupação em ficar sem emprego não é a causa original dos problemas, é apenas uma reação para não pensar na possibilidade de ficar sozinho. O medo de ficar sozinho é o verdadeiro vilão e está escondido por trás de toda aquela ansiedade de Bruno.

Conclusão

Muitas vezes a ansiedade paralisa o sujeito, não permitindo que ele mude seu modo de pensar e agir para algo mais produtivo voltado à resolução de problemas. E isso acaba afetando diretamente sua qualidade de vida.

Mas felizmente existem formas de tratar a ansiedade. Uma das melhores maneiras de fazer isso é procurar ajuda de um psicólogo. Durante as sessões, o psicólogo ensina ao paciente as habilidades necessárias para controlar a ansiedade.

A Terapia Cognitivo-Comportamental é hoje uma das modalidades mais eficazes de terapia e com capacidade de trazer alívio do sofrimento. Ela possui técnicas específicas que fazem o paciente mudar seus pensamentos, atitudes, emoções, medos ou crenças limitantes que estão atrapalhando sua vida.

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Jornalista, redatora e copywrite. Gosto de escrever, publicar artigos sobre os diversos assuntos.
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